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Preparação

Como é a prova de redação da Unicamp?

26 de dezembro de 2023

Formada em Letras/Linguística pela Universidade de São Paulo (USP) e mestre em Linguística Aplicada pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Atua há 10 anos na preparação de estudantes do Pré-Vestibular com aulas de Redação, gestão na área de linguagens e na produção editorial.

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Estudante realizando a prova de redação da Unicamp.

 

A Unicamp é conhecida por ter uma abordagem mais flexível e menos tradicional em suas provas, buscando avaliar a capacidade crítica e argumentativa dos candidatos de maneira mais ampla. Nesse sentido, ao escolher suas propostas de redação, a banca elaboradora recorre a temáticas contemporâneas que provocam os candidatos a desenvolverem análises mais aprofundadas e reflitam sobre questões sociais, econômicas, culturais e científicas.  

 

Como é a prova de redação da Unicamp?

Rompendo com a tradição de cobrar textos dissertativos argumentativos (como é o caso da Fuvest, da Vunesp e do Enem), a prova de redação da Unicamp, que ocorre no 1º dia de prova da 2ª fase, cobra de seus candidatos a escrita em diferentes gêneros discursivos. Além disso, essa prova apresentará 2 propostas de redação para que o candidato escolha apenas 1 delas para fazer, podendo guiar essa escolha pela familiaridade com o tema ou com as especificidades detalhadas na proposta. 

A preparação para esse diferente modelo de prova exige um certo conhecimento teórico por parte do candidato para que seja possível transitar com mais tranquilidade por entre as diferentes situações de produção apresentadas. Para isso, durante as aulas de redação do Curso Extra Unicamp oferecido pelo Curso Poliedro, os estudantes são orientados a atentar-se para alguns pontos básicos. Em resumo, mostramos que todo texto, oral ou escrito: 

  1. a) circula numa esfera social com um propósito específico para a comunicação;
  2. b) pode ser escrito por um indivíduo ou um grupo para apreciação de um ou vários leitores;
  3. c) parte de um conjunto de conhecimentos linguísticos e globais que, uma vez compartilhados, permitem o mútuo entendimento. 

 

No histórico da prova da Unicamp, que já chegou a cobrar até 3 propostas obrigatórias em suas primeiras versões nesse modelo (entre 2010 e 2012), há a recorrência de gêneros ligados à exposição e à argumentação. No entanto, também já foram propostos gêneros do tipo narrativo e injuntivo, como é o caso da prova de 2020, que trouxe o gênero literário crônica, e da prova de 2022, que solicitou a escrita de um manifesto, de natureza injuntiva. Veja a retrospectiva de propostas no diagrama a seguir: 

 

Diagrama com os gêneros cobrados nos últimos vestibulares da Unicamp 

 

Resumo: 

Quando ocorre a prova de redação? 

No 1º dia da 2ª fase do Vestibular Unicamp. 

Quantos textos o candidato deve fazer? Em quantas linhas? 

Das 2 propostas apresentadas, o candidato deve fazer apenas uma redação em até 24 linhas. 

O que cai nessa prova? 

Gêneros textuais diversos. 

 

O que as aulas do Curso Poliedro oferecem para a escrita em diferentes gêneros?

De acordo com Maria Bernadete e Maria Luiza Abaurre, autoras do livro “Produção de texto: interlocução e gêneros”, os gêneros discursivos são “padrões de composição determinados pelo contexto em que são produzidos, pelo público a quem eles se destinam, por sua finalidade, por seu contexto de circulação etc.” (ABAURRE, 2019).  

Sendo assim, para criar a comunicação por meio de textos escritos, um autor deve saber que, a depender de seus propósitos, seu texto cumprirá uma finalidade mínima (narrar, expor, argumentar, injungir) e terá uma composição relativamente comum a outros que cumprem objetivo similar.  

 

 

Além disso, destacamos aos alunos que eles é preciso sempre estar atento ao perfil do leitor (universal ou específico) a que se dirigem em seus textos, tendo em vista sua motivação em uma situação comunicativa específica. É a situação que delimitará as escolhas que tornarão o estilo de linguagem e a organização textual coerentes com as expectativas do interlocutor presumido.  

Ainda nesse sentido, sabemos que os gêneros se delineiam em estruturas composicionais relativamente estáveis (portanto, minimamente previsíveis) na medida em que partilham suas características com outros textos afins e proporcionalmente à tradição de seu uso. Tendo em vista esse conhecimento, buscamos relacionar os gêneros às esferas do discurso aos quais se relacionam. 

Por exemplo: se considerarmos o meio jornalístico, identificaremos gêneros argumentativos (como o artigo de opinião ou os comentários), expositivos (como a reportagem ou a entrevista) e narrativos (como a notícia) e saberemos que há diferentes expectativas quanto ao que cada texto trará ao leitor, sendo alguns o domínio sobre os fatos – como a notícia – e outros, uma versão sobre eles – como é o caso do artigo de opinião.  

Embora haja relativa estabilidade no reconhecimento desses gêneros do discurso, a forma e o estilo podem ser bastante variados. Alguns desses mesmos gêneros citados anteriormente, como a própria notícia, poderão circular em diferentes meios de comunicação e sofrer variações em termos de estilo da escrita ou mesmo de estrutura composicional.  

A título de exemplo: uma notícia publicada em um jornal da grande imprensa é diferente, ao menos em estrutura e linguagem, de uma notícia publicada em blogs de circulação informal. Nessa comparação hipotética, a primeira notícia conterá todas as partes em que esse gênero se estrutura (título, subtítulo, lide, olho, corpo do texto), mas isso não será, necessariamente, aplicado à notícia em uma página de humor, que pode contar apenas com título e lide, por exemplo. 

 

Resumo: 

A Unicamp pode cobrar quais tipos de gênero? 

À exceção da dissertação argumentativa, qualquer gênero pode ser cobrado na prova de redação da Unicamp. 

Quais características norteiam a escrita de um gênero textual? 

Os objetivos específicos daquele texto, a situação comunicativa (incluindo os interlocutores), a composição textual e características estilísticas da linguagem adequada. 

 

O estudante do Curso Poliedro está preparado para produzir textos no padrão Unicamp?

Para a banca elaboradora da prova, certa flexibilidade na compreensão de como executar o que foi proposto é uma habilidade que interessa muito para o perfil de aluno desejado para essa universidade, pois revelará o domínio das habilidades linguísticas necessárias para se adequar às diferentes situações comunicativas.  

Para esse modelo de prova, é impossível memorizar um modelo de texto ao estudar qualquer um dos gêneros. Ao contrário, é fundamental que o candidato desenvolva estratégias sofisticados de leitura para compreender a situação comunicativa e que pratique atividades de escrita em diferentes gêneros do discurso para apreender as diferentes possibilidades de expressão escrita nas situações solicitadas. 

Outros aspectos que não devem ser deixados de lado são a correção gramatical e a adequação vocabular. Espera-se que o candidato se expresse com fluidez na modalidade escrita da língua portuguesa e demonstre domínio quanto aos modos de circulação dos gêneros do discurso em determinados estilos de escrita. 

Já que não se pode “treinar” para uma prova como essa, a estratégia precisa ser diferente disso. Para tanto, o estudante do Poliedro é convidado a participar do Curso Extra Unicamp, realizado ao longo do ano letivo com encontros que garantem o entendimento conceitual sobre esse padrão de prova e a prática mensal de redações de diferentes gêneros. As propostas seguem o padrão desse vestibular e os textos são corrigidos conforme a grade oficial, que é de domínio público. Ao final do curso, as melhores redações são publicadas no livro Redações Selecionadas — Curso Extra Unicamp. 

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